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Expoagro Mari: painel debate o protagonismo das mulheres durante o “Encontro de Mulheres do Agro”

Empreendedorismo feminino, o combate à violência contra a mulher e experiências de lutas e conquistas. Esses foram alguns dos temas apresentados du...

Redação
Por: Redação Fonte: Secom Paraíba
07/09/2025 às 18h12
Expoagro Mari: painel debate o protagonismo das mulheres durante o “Encontro de Mulheres do Agro”
Foto: Reprodução/Secom Paraíba

Empreendedorismo feminino, o combate à violência contra a mulher e experiências de lutas e conquistas. Esses foram alguns dos temas apresentados durante o painel “O Protagonismo das Mulheres”, realizado durante o “Encontro de Mulheres do Agro”, projeto da Secretaria de Estado do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca (Sedap-PB). O evento ocorreu, nesse sábado (6), durante a programação da 4ª Expoagro, no município de Mari. O Encontro recebeu a visita do vice-governador Lucas Ribeiro, do secretário de Educação, Wilson Filho, e do secretário de Administração, Tibério Limeira.

O vice-governador destacou a importância de espaços como o projeto da Sedap-PB para que as mulheres abordem temas específicos e que sejam ouvidas por outras mulheres e, também, pelos homens. “Eu gostaria de parabenizar projetos como este onde as mulheres têm voz. E é importante que os homens estejam aqui para participar, ouvir e reconhecer a importância do papel das mulheres, não só no agro, mas em todas as áreas”, frisou.

O secretário da Sedap-PB, Joaquim Hugo Vieira, apontou que o projeto Mulheres do Agro Antes da Porteira complementa o Encontro de Mulheres do Agro e foi idealizado com o objetivo de “debater temas de interesses das mulheres e de toda a sociedade e, também, apresentar experiências de forma que mostrem a força do trabalho feminino, valorizando o papel da mulher no campo”.

Uma das palestrantes em Mari foi a assessora de Gestão Social da Sedap-PB e idealizadora do projeto, Márcia Dornelles. Ela explicou que o projeto surgiu ao se observar as feiras e exposições do agro e perceber que as mulheres, importantes na produção, não tinham o seu trabalho reconhecido, permaneciam “invisíveis”.

Márcia Dornelles também fez um resumo histórico e frisou que todas as conquistas foram à base de muita luta. “Somente na Constituição de 1988 é que as mulheres foram reconhecidas como cidadãs iguais aos homens”, afirmou. Ela relatou a necessidade de se acolher as mulheres vítimas de violência e defendeu a ocupação de espaços na política.

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Já a empreendedora rural Maria das Graças, a Gracinha, ressaltou a necessidade das mulheres lutarem pelos seus direitos. “Lute, não deixe que alguém diga o que você pode ou deve fazer”, afirmou.

A pesquisadora e professora universitária na área de Agroecologia e Agricultura Familiar, Andréia dos Santos, também defendeu a presença feminina em todos os lugares. Ela lembrou a própria história de atuar em uma área de estudo tradicional machista. “As portas vão estar sempre fechadas. Vamos precisar arrombar e segurar a porta para que mais mulheres possam passar”, enfatizou.

Quem também palestrou durante o “Encontro de Mulheres do Agro” foi a advogada e escritora Liliane Fell, autora do livro “Mulheres D’Onde o Sol Nasce Mais Cedo”, onde conta a história de vida e de luta de 16 mulheres paraibanas. “Todas essas mulheres me inspiram. E escrever sobre a vida dessas mulheres é escrever sobre a liberdade”, pontuou.

Outro ponto da palestra foi a história da construção da Cooperativa dos Floricultores do Estado da Paraíba, localizada no município de Pilões. A experiência de luta, resistência e sucesso foi apresentada por Maria Helena dos Santos, presidente e uma das fundadoras da entidade, que é um caso de sucesso de empreendedorismo. Hoje, a cooperativa tem 25 anos, produz flores, flores comestíveis e se prepara para introduzir o cultivo de hortaliças orgânicas.

Maria Helena recordou o período de criação da cooperativa quando as mulheres da comunidade se reuniam embaixo de árvores e enfrentavam o preconceito e resistência dos homens. Elas persistiram, enfrentando violência, desprezo e descrédito. “A gente tem que se fortalecer. Os homens achavam que a gente queria tomar o lugar deles. Quando começamos as mulheres tinham medo”, contou. A cooperativa cresceu, gerou emprego e renda, e os homens perceberam que a iniciativa das mulheres trouxe um diferencial e o desenvolvimento na vida dos seus participantes.

A produtora de tábuas de carne, Vânia Alves, foi outra mulher a apresentar seu exemplo de empreendedorismo. Ela e o marido criavam as peças e comercializavam em tendas próximas a eventos. Incentivada pela assessora de Gestão Social da Sedap-PB, Márcia Dornelles, decidiu empreender e alavancar o negócio. Ela foi em busca de conhecimento, dotou seus produtos de maior qualidade e passou a participar das feiras e exposições e viu o seu comércio de tábuas de carne render. “Há um ano eu era uma pessoa e, hoje, sou outra completamente diferente”.

A última palestrante do painel foi a empresária do ramo de turismo Maria Júlia de Albuquerque, que ao lado do marido Carlos Alberto, criou a cachaçaria Triunfo no município de Areia. Ela contou a experiência de tornar realidade o sonho de produzir cachaça, à época, uma bebida marginalizada. Com persistência e planejamento, eles participaram do processo de tornar a cachaça paraibana uma bebida reconhecida nacional e até no exterior.

Projeto “Mulheres Antes da Porteira” -As mãos habilidosas constroem peças a partir de sementes de açaí e outras árvores, madeira e cipó. É com a renda obtida a partir da venda das peças artesanais que Maria Soares da Silva, ou como é mais conhecida, Comadre Guerreira, criou os filhos e netos. Expositora da 4ª Expoagro Mari, ela é a personagem abordada pelo projeto “Mulheres Antes da Porteira” desenvolvido pela Sedap-PB.

A assessora de Gestão Social da Sedap-PB, Márcia Dornelles, explicou que o projeto “é um espaço para que o trabalho da mulher na zona rural seja observado com o protagonismo que possui, seja reconhecido e valorizado. Que a presença da mulher, a sua rotina, a sua participação e o seu esforço sejam percebidos com o valor que merece”.

A indígena potiguara da aldeia Lagoa da Mata, no município Baía da Traição, cria, com a matéria-prima recolhida da natureza, colares, pulseiras, cocas e outros artigos.

O processo de criação é, também, uma forma de conexão com a própria ancestralidade e a natureza. “O que mais me encanta em fazer as peças em artesanato é a força que sinto da ancestralidade, é a energia da arte”, afirmou Comadre Guerreira. A indígena potiguara ressaltou, ainda, que o artesanato “é a arte que traz o pão para a mesa da família”.

Liderança potiguara, Comadre Guerreira é presidente da Associação das Mulheres Guerreiras Indígenas Potiguara da Paraíba. Ela acrescentou que se reconhece na luta das mulheres não indígenas: “Eu vejo na luta das outras mulheres a mesma luta nossa”.

Expoagro Mari –A programação da 4ª Expoagro Mari termina neste domingo, dia 7. O evento é uma realização da Prefeitura Municipal de Mari, com apoio do Governo do Estado, através da Sedap-PB.

O último dia da 4ª Expoagro Mari terá palestras, apresentações culturais, exposição de animais, máquinas e implementos agrícolas, queijo e artesanato indígena, além de sorteio de brindes e a solenidade de premiação simbólica do Roteiro da Sociobiodiversidade da Mandiocultura, conquistada junto ao Sebrae nacional.

A 4ª Expoagro Mari tem também como parceiros o Governo Federal, Banco do Nordeste, Universidade Federal da Paraíba (UFPB), o Sebrae-PB, a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), a Federação de Agricultura da Paraíba (Faepa-PB), e Sistema Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-PB).

Foto: Reprodução/Secom Paraíba
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