No município de Uruçuí, localizado no território Tabuleiro do Alto Parnaíba, o piscicultor Jurandir Pereira é exemplo de como o incentivo à agricultura familiar pode transformar realidades. Com apoio do Governo do Piauí, por meio da Secretaria da Agricultura Familiar (SAF), Jurandir recebeu 5 mil alevinos da espécie tambatinga, que são cultivados ao longo de um ano em viveiros escavados, estruturas técnicas conhecidas como lagoas de piscicultura, até atingirem o tamanho ideal para comercialização.

O programa da SAF tem como objetivo fortalecer a agricultura familiar por meio da distribuição de alevinos, especialmente da espécie tambatinga. Essa distribuição ocorre geralmente no início do ano e é destinada a associações, sindicatos e grupos organizados. Na região de Uruçuí, essa ação tem sido realizada de forma sistemática, ampliando o alcance da piscicultura no território. “É uma atividade que entendemos que ela vem para fortalecer a agricultura familiar, como um complemento de renda e geração também de emprego para aquelas famílias que estão dispostas a trabalhar e agregar valor na sua unidade produtiva”, destaca Valmir Abreu, agente territorial da agricultura familiar no tabuleiro do Alto Parnaíba.

A venda dos peixes ocorre tradicionalmente na Semana Santa, período de maior demanda por pescado. Parte da produção é destinada a programas institucionais do Governo do Estado e do Governo Federal, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), além de atender diretamente consumidores da região.

Jurandir Pereira mantém os peixes inicialmente em berçários, onde são monitorados em condições controladas de temperatura, oxigenação e alimentação. Após essa fase, os peixes são transferidos para tanques escavados, onde se desenvolvem até a fase adulta. A produção também contribui para o povoamento de barragens e pequenos barreiros, beneficiando agricultores familiares que atuam com piscicultura em sistemas de baixo custo e alta eficiência. “Aqui a produção de peixes é desde o berçário até o aumento de peso, nosso foco é vender na semana santa, uma vez por ano fazemos a comercialização dos peixes. Essa doação de alevinos é uma ajuda muito grande, o valor que recebemos pelos peixes é um suporte para aumentar nossa horta”, afirma o piscicultor, que além dos peixes possui uma horta familiar.

Já foram distribuídos 30 mil alevinos para 12 famílias da região, além de outros 30 mil para a Associação da Cabeceira da Estiva, localizada na zona rural de Uruçuí. A comunidade, que também recebeu investimentos em infraestrutura como estradas vicinais e acesso à água potável, tem se destacado como polo emergente da piscicultura familiar no estado.

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Como acessar os alevinos

A distribuição dos alevinos é realizada mediante protocolo junto à SAF, onde os interessados registram a demanda por município. Após análise técnica, é organizado um calendário de entrega, definido em conjunto com os solicitantes, respeitando o melhor período para o recebimento e manejo dos peixes.